Antes de entregar a concessão, CCR encontra registros que ajudam a contar a história do Rio através das barcas

  • 19/01/2025
(Foto: Reprodução)
Imagens mostram escravidão, revoltas e baía sem ponte. Material será disponibilizado em exposição. CCR encontra registros que contam a história das barcas Faltando menos de um mês pro fim da concessão das barcas, a CCR desengavetou uma série de memórias quase intocadas, que estavam descansando dentro do arquivo da empresa, e que ajudam a contar a história do Rio a partir da travessia das embarcações. Foram encontrados documentos de concessão assinados pelo imperador Dom Pedro II e pelo Visconde do Rio Branco, por exemplo, além de memórias tenebrosas da escravidão. “Um dia a gente foi até nossos arquivos sabendo que tinham uns documentos ali e a gente começou a ver o quanto relevante eram aqueles arquivos e a partir daí a gente chamou um historiador para esse processo, para entender de quando eram aqueles arquivos e de que parte da história eles faziam parte. E a gente começou a investigar uma história muito maior do que a gente imaginava”, diz a diretora da CCR, Luciana Parpinelli. Foto descoberta no arquivo das barcas mostra menino negro descalço trabalhando em estaleiro Reprodução/RJ2 Entre os documentos encontrados, está uma foto do fim do século XIX que mostra um menino negro de pés descalços, provavelmente trabalhando na construção de um estaleiro em Niterói. Os documentos mostram ainda vários outros indícios de uma época em que seres humanos eram tratados como mercadorias. Em um balanço de 1865, pessoas identificadas como Gervásio e Amâncio constam na lista de patrimônio da Companhia Ferry, responsável pelo serviço das barcas na época. Imagem mostra nomes de escravizados como propriedade da antiga empresa que administrava as barcas do Rio Reprodução/RJ2 Outra imagem dos primórdios da República mostra a fachada do cais transformada em trincheira durante a Revolta da Armada. Imagem do arquivo das barcas do Rio mostra frente do cais transformada em trincheira durante Revolta da Armada Reprodução/RJ2 Fotos do arquivo também mostram a modernização das embarcações que abandonam a era do vapor e passam a usar combustível. As imagens contam pra gente as etapas do desenvolvimento da Praça XV e da própria cidade. “A gente tinha linhas que ligavam a Enseada de Botafogo ao Centro do Rio de Janeiro e que ligavam São Cristóvão e a entrada Imperial, mas para toda a Zona Norte. Linhas que ligavam para portos que iam até do Açu velho até Nova Iguaçu, Magé. Então, é essa circulação, a capilaridade desse transportes era gigantesca não só na cidade do Rio de Janeiro, mas no estado do Rio de Janeiro”, diz o historiador Rafael Matoso. Fotos encontradas também mostram a baía sem a ponte e os carros atravessando para Niteroi dentro das barcas em uma época em que quase 100 mil pessoas usavam o serviço por dia, o dobro de hoje. Imagens do acervo das barcas mostram Baía de Guanabara sem ponte entre Rio e Niterói Reprodução/RJ2 Também foi documentado em imagens quando, em 1959, quando a qualidade piorou e a tarifa aumentou, que houve protesto e fila, confusão e greve. A travessia ficou seis meses suspensa pela Companhia Frota Carioca e a Marinha teve q assumir temporariamente a função. Pouco depois o serviço foi estatizado. A concessionaria sabia que esse material existia, mas nao tinha ideia do tamanho e da importância histórica. São aproximadamente 10 mil fotos e documentos, mas só deu tempo de catalogar 6 mil registros. Parte desse material vai estar numa exposição que vai ficar até o dia 10 de fevereiro, quando a concessão termina. Depois, tudo será entregue ao Museu Nacional. “A gente tem clara a sensação que a gente tem uma preciosidade em mãos e que a gente tem que preservar ela para que ela possa gerar mais publicações e mais entendimento da importância a com aviária dos transportes na Cidade do Rio de Janeiro no estado e até no país", diz Matoso. Entre as memórias mais recentes, já coloridas, estão duas fotos do Profeta Gentileza chegando ao Rio de Janeiro na década de 1990. De volta a 2025, o passageiro também quer saber: qual será o futuro do serviço? Que os arquivos do futuro também registrem o que está pra acontecer… História é uma coisa que fica para sempre a gente não pode guardar com a gente. A gente tem que contar e guardar da melhor forma possível, para que daqui futuras gerações continuam tendo acesso a essa documentação sabendo do que se tratou. E que esse negócio continue por muito tempo contando outras histórias também”, diz Luciana Parpinelli. A exposição com todo esse acervo abre ao público no dia 22 de janeiro na Estação da Praça XV. LEIA TAMBÉM Governo do RJ assina contrato com novo operador das barcas

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/01/19/antes-de-entregar-a-concessao-ccr-encontra-registros-que-ajudam-a-contar-a-historia-do-rio-atraves-das-barcas.ghtml


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